Enfrentamos tempos diferentes e delicados. A preocupação toma conta de todos nós. Em nosso querido Paraná, como era previsto, assistimos o crescimento do número de contagiados pela covid-19. Firmes e fortes na fé vamos enfrentar este momento. Como em minhas primeiras palavras sobre a pandemia, recordo o pedido de Jesus: “Vigiai e orai” (Mt 26,41).
A oração deve ser contínua, ininterrupta, repleta de confiança e esperança. O Senhor não nos abandona! Ele está conosco! Continuemos a celebrar a Eucaristia, utilizando também a Missa para tempos de pandemia (Cf. Congregação para o culto divino e a disciplina dos sacramentos). Na oração da Liturgia das Horas, na Adoração Eucarística e no Terço, com toda a Igreja imploramos o fim deste mal. A Igreja, como grande intercessora da humanidade, continua sua missão de por todos rezar.
A vigilância nos remete a todos os cuidados que as autoridades sanitárias nos pedem nesta situação. Recordo alguns pontos nesse quesito:
1. neste difícil período, todos os fiéis da Diocese de Apucarana estão desobrigados do cumprimento do preceito dominical (cf. CDC cân. 87), devendo acompanhar a Missa pelos diversos Meios de Comunicação Social, se não puderem ir à missa presencialmente;
2. as missas com o povo podem ser celebradas, respeitando todas as orientações dos municípios e as nossas orientações de 7 de maio passado;
3. ao pároco e à equipe responsável em cada paróquia depende a decisão de celebrar com o povo ou não. Esta decisão deve ser fruto de orientação e diálogo com autoridades sanitárias e levando em conta as possibilidades reais de cada paróquia (pessoal, estrutura física, condições psicológicas);
4. devemos nos acostumar com o provisório. Poderá acontecer que em um final de semana seja possível a Missa com o povo e no seguinte não seja possível. Uma epidemia nos coloca em situação de provisoriedade;
5. as igrejas devem permanecer abertas, limpas e arejadas para que os fiéis que desejarem possam entrar e fazer sua oração pessoal, sem nelas permanecer, no entanto, por muito tempo e evitando a aglomeração de pessoas;
6. estamos em um período de exceção. Nosso maior objetivo neste momento: oferecermos os sacramentos e evitarmos o contagio. Sempre, portanto, com a reverência necessária ao Santíssimo Sacramento e não permitindo contatos e aglomeração de pessoas;
7. os doentes e idosos que pedem os Sacramentos sejam atendidos pelos padres mais jovens, os quais devem tomar todo o cuidado e seguir as orientações das autoridades sanitárias;
8. algumas paróquias podem ter a necessidade de instituir novos Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. Isso poderá acontecer porque grande número de nossos queridos ministros se encontram em grupo de risco. Neste tempo de pandemia, os párocos podem escolher bons católicos e institui-los Ministros com uma formação mínima e mais prática. Passando a pandemia todos poderão participar da formação normal;
9. não façamos investimentos e contenhamos nossos gastos, pois a crise já afeta a todos, inclusive nossas paróquias. A manutenção de todos, inclusive de nossos colaboradores, preocupa muito a Igreja no Brasil;
10.continuemos a ajudar os que mais sofrem pela pandemia. A Caridade deve ser nossa preocupação neste momento. Sabemos que todas as paróquias já tem iniciativas de ajuda com cestas básicas, material de limpeza, etc. Nosso amor a Cristo nos leva a vê-Lo nos mais necessitados;
11. colaboremos com as autoridades sanitárias ajudando na conscientização do nosso povo neste difícil momento que vivemos;
12. neste tempo de isolamento sentimos saudades de nossas celebrações com todos, de nossos encontros. Temos a certeza de que tudo passará e, com a graça de Deus, voltaremos a nos encontrar.
Confiantes na Palavra do Senhor: “Não temerás a epidemia que se propaga nas trevas” (Cf. Sl 90, 5-6), vamos continuando nossa bela caminhada de Família Diocesana Missionária de Nossa Senhora de Lourdes.
Unidos na prece, com Maria Mãe de Jesus!
Dom Carlos José
Bispo Diocesano de Apucarana
Fonte:diocesedeapucarana