Maria Flachsbarth, presidente da Federação das Mulheres Católicas da Alemanha, expressou seu apoio aos chamados “direitos reprodutivos”, incluindo o “terrível recurso final” do aborto, assim como o trabalho da multinacional abortista Planned Parenthood Federation (IPPF).
Flachsbarth, que atua como presidente da organização KDFB (nas siglas em alemão) desde 2011, tem dois filhos, é parlamentar pela União Democrata-Cristã e pertence ao controverso Comitê Central de Católicos Alemães (ZDK) que, junto com os bispos alemães, lidera o polêmico “processo sinodal” nesse país, onde se discute a modificação de vários ensinamentos da Igreja sobre o celibato e a moral sexual.
Em declarações à CNA Deutsch, agência em alemão do Grupo ACI, uma porta-voz do Ministério Federal para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento, onde Flachsbarth trabalha, confirmou que a líder católica apoia a iniciativa “Ela decide” que recebe apoio da Planned Parenthood e promove o acesso aos direitos sexuais e reprodutivos.
Flachsbarth elogiou a Planned Parenthood, indicando que a organização realizou “uma grande contribuição para reduzir a alta taxa de mortalidade materna nos países em desenvolvimento através da assistência médica para mães e crianças durante a gravidez e o nascimento”, indicou a porta-voz.
A porta-voz também disse à CNA Deutsch que a iniciativa “Ela decide” visa “proteger mulheres e meninas do sofrimento, permitindo-lhes viver em saúde e dignidade, oferecendo-lhes oportunidades de educação e uma vida de autodeterminação”.
“Isso também inclui proteção contra a violência” e acesso “aos serviços básicos de reprodução e saúde sobre nosso próprio corpo”.
“Como membro do Parlamento alemão e presidente do KDFB, sempre me comprometi com a proteção da vida, especialmente nas fases sensíveis do começo e até o final. O aborto nunca é um meio de planejamento familiar. Em casos individuais, pode finalmente ser um recurso terrível”, disse Flachsbarth à CNA Deutsch através da porta-voz, uma posição reiterada em seu site em um pronunciamento publicado em 19 de junho.
Outros membros do parlamento alemão, como Hbert Hüppe, acusaram Flachsbarth de ser “uma protagonista no lobby do aborto” no país.
Hüppe também pediu aos bispos da Alemanha que intervenham, indicando que eles têm o dever de fazê-lo, caso contrário, perderiam credibilidade, já que o “apoio aberto” ao aborto por parte da presidente da KDFB não pode ficar sem consequências.
Até o fechamento desta matéria, os bispos não se pronunciaram.
Em 2018, o presidente do ZDK, Thomas Sternberg, pronunciou-se a favor da defesa da vida, advertindo sobre o relaxamento das regras na Alemanha, onde o aborto é descriminalizado no primeiro trimestre.
O Catecismo da Igreja Católica estabelece no numeral 2271 que “desde o século I, a Igreja afirmou a maldade moral de todo aborto provocado. Este ensinamento não mudou. Continua invariável. O aborto direto, quer dizer, querido como um fim ou como um meio, é gravemente contrário à lei moral”.
O Papa Francisco falou em mais de uma ocasião a favor da defesa da vida e contra o aborto. Em 2018, disse, por exemplo, que sua prática “é como contratar um matador de aluguel”.
Em 23 de setembro de 2019, representantes de 19 países, incluindo o Vaticano, indicaram à ONU que não há “direito internacional ao aborto” e que os termos “direitos sexuais e reprodutivos” devem ser removidos dos documentos oficiais.
Fonte:ACI.digital