No passado mês de abril o Papa Francisco adiou a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) que vai ter lugar em Portugal. Esta passou de 2022 para 2023. Em tempo de pandemia foi a solução encontrada para organizar, com a devida segurança, este grande evento de juventude que tem encontro marcado para o mês de agosto de 2023.
A JMJ regressa, assim, à Europa após a sua edição no continente americano no Panamá em 2019. A última edição no Velho Continente foi na Polónia precisamente há quatro anos atrás no final do mês de julho de 2016. Recordamos aqui o essencial das mensagens que o Papa Francisco deixou aos jovens em Cracóvia, num encontro que juntou mais de 1 milhão e meio de jovens.
No final da tarde de sábado dia 30 de julho o Papa encontrou-se com mais de um milhão e meio de jovens na Vigília de Oração da Jornada Mundial da Juventude no Campus Misericórdia de Cracóvia e afirmou que não nascemos para vegetar mas para mudar o mundo. Francisco declarou que a resposta a um mundo em guerra é a palavra fraternidade.
O Santo Padre no seu discurso convidou os jovens a darem as mãos pois “é mais fácil construir pontes do que levantar muros”.
“Sabeis qual é a primeira ponte a construir? Apertarmos as mãos. Força, fazei-o agora. É a ponte humana, o modelo. Que possam aprender a faze-lo os grandes deste mundo” – afirmou Francisco.
Eram tantas as mãos apertadas na Vigília da JMJ de Cracóvia em sinal de comunhão e reconciliação. O Papa atravessou a Porta da Misericórdia e fez um forte apelo aos jovens, provenientes de países e culturas diferentes, para caminharem pelos caminhos de Deus e contagiarem de alegria o mundo:
“ Pergunto-vos: quereis ser jovens adormecidos e atordoados? Quereis que outros decidam o futuro por vós? Quereis lutar pelo vosso futuro?”
Francisco convidou os jovens para a ‘escola da misericórdia’ para mudarem o mundo e com Cristo vencerem o mal vivendo em fraternidade:
“… não nos vamos pôr a gritar contra alguém, não queremos vencer o ódio com o ódio, vencer a violência com mais violência, vencer o terror com mais terror. E a nossa resposta para este mundo em guerra tem um nome: chama-se fraternidade…”
Domingo, 31 de julho de 2016, Missa conclusiva das Jornadas Mundiais da Juventude no Campus Misericordiae de Cracóvia. Na sua homilia o Papa disse aos mais de um milhão e meio de jovens que as JMJ “continuam amanhã, em casa” e exortou-os a dizerem não ao doping do sucesso a todo o custo e à droga de pensarem só em si mesmo e nas próprias comodidades.
O estímulo da homilia foi o Evangelho de S. Lucas que no seu capítulo 19 nos conta o encontro de Jesus com Zaqueu, cobrador de impostos e colaborador dos ocupantes romanos. Destaque especial para as palavras de Jesus a Zaqueu que parecem ditas de propósito para nós hoje:
“«Desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa». Jesus dirige-te o mesmo convite: «Hoje tenho de ficar em tua casa». A JMJ – poderíamos dizer – começa hoje e continua amanhã, em casa, porque é lá que Jesus te quer encontrar a partir de agora. O Senhor não quer ficar apenas nesta bela cidade ou em belas recordações, mas deseja ir a tua casa, habitar a tua vida de cada dia: o estudo e os primeiros anos de trabalho, as amizades e os afetos, os projetos e os sonhos. Como Lhe agrada que tudo isto seja levado a Ele na oração! Como espera que, entre todos os contactos e os chat de cada dia, esteja em primeiro lugar o fio de ouro da oração! Como deseja que a sua Palavra fale a cada uma das tuas jornadas, que o seu Evangelho se torne teu e seja o teu «navegador» nas estradas da vida!”
Cracóvia na Polónia foi o local onde há 4 anos atrás o Papa Francisco se encontrou com mais de 1 milhão e meio de jovens para a JMJ de 2016.
Depois da edição do Panamá em 2019 este grande evento de juventude regressa à Europa com o encontro em Portugal, em Lisboa, agendado para 2023.
Se a evolução da pandemia do coronavírus permitir o acolhimento dos símbolos da JMJ será no próximo Domingo de Cristo Rei a 22 de novembro em Roma.
Segundo D. Américo Aguiar, bispo auxiliar de Lisboa e responsável pela área executiva da JMJ, talvez no final deste verão sejam apresentados o hino e o logotipo do evento.
Entretanto, nas dioceses de Portugal estão a ser retomadas as atividades de preparação da JMJ que tinham sido suspensas por causa da pandemia.
Fonte:vaticannews